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domingo, 6 de abril de 2008

NAS ASAS DE UM BEIJA-FLOR


Nas Asas de um Beija-Flor
Outro dia estava navegando no computador, quando entrou um beija-flor na copa.

Ele voou rapidamente pelo espaço da copa, até dar com o bico e o peito na vidraça da janela. Ele voou para o outro lado, ainda meio tonto, procurando uma saída e deu de novo com o bico na vidraça do basculante.

Minha irmã se dispôs a ajudá-lo: abriu a janela, abriu a porta e ficou esperando...

Ele tentou novamente e desta vez, voou mais alto, então suas asas bateram no teto; ele voltou para a janela mas não achou o vão da abertura e tornou a bater na vidraça lateral da janela. Minha irmã tentou conduzi-lo e pegou um pano para direcioná-lo. Então ele se desesperou. Voava mais depressa e batia por todos os lados.

Pedi a minha irmã para deixar que ele tentasse sozinho. Ela parou com sua “ajuda” e ficou olhando também. Ele parou arfante no vidro do basculante e podíamos ver o vidro embaçado por sua respiração cansada. Sentindo-se descansado ele voou com mais determinação e bateu novamente. Dessa vez a batida foi ainda mais forte. Não sabíamos como ajudá-lo. Ele parou em um suporte para planta e ficou ali como quem estivesse meditando sobre alguma coisa.

Minha irmã se cansou de tentar ajudar e saiu , e eu voltei para o computador. O beija-flor continuou com suas tentativas frustradas e suas paradas de descanso para novas investidas.

Então, entrou Elô, minha outra irmã, e o beija-flor assustado com sua entrada voltou a bater ligeiramente suas asas contra o teto e contra a vidraça do basculante tentando voar mais alto, procurando desesperadamente por uma saída. A grande dificuldade parecia ser a de voar mais baixo. Creio que por medo, ele tentava voar cada vez mais alto. Por isso não achava a abertura da janela. Elô se assustou também, mas quando viu que era um beija-flor, ficou toda enternecida. Foi lá fora e voltou com uma vassoura. Então eu disse: - Não faça isso, não vai adiantar e ele vai ficar ainda mais desesperado. - Só vou abrir o basculante. Ela respondeu. Ela abriu apenas uma fresta do basculante.

De repente, ouvi um barulho no basculante, olhei e pude ver o beija-flor saindo pela fresta aberta.

Fiquei pensando que muitas vezes alçamos os vôos do beija-flor. Na procura desesperada por uma saída, quantas vezes temos nos debatido contra paredes, contra muralhas e contra as vidraças de falsas saídas. Às vezes, Deus já abriu portas e janelas para nós, mas estamos tão assustados com a situação e tão desesperados para sair dela, que não enxergamos porta e janela abertas. Corremos de um lado para o outro, ficamos cansados e às vezes até nos machucamos, nas nossas vãs tentativas. Deus então abre uma fresta para nos ajudar.

Depois que alcançamos a liberdade olhamos para trás e vemos que a porta e a janela sempre estiveram abertas para sairmos. Nós é que teimávamos em voar sempre para longe do problema e por isso não víamos a saída.